Crise de contentores pode deixar cadeias em risco?
Os relatos da escassez de contentores não são novidade. Esta indústria transportadora há muito que lida com dificuldades para suprir todos os chamamentos, mas a crise pandêmica provocada pela Covid-19 acabou por agravar todo o cenário.
Se o preço que agora se cobra para fazer o transporte de mercadorias subiu em flecha nos últimos meses, e esse é facto que deve a todos preocupar, certo é que, em breve, poderemos testemunhar a primeira grande quebra de produtos disponíveis nas prateleiras.
Para se ter uma ideia da complexidade desta problemática, lembra o site da Business Insider que oito dos dez maiores portos mundiais estão situados na China, sendo que desde inícios de 2020, altura dos primeiros casos de Covid-19, que quase todos eles têm vivido com restrições.
Sobre este mesmo ponto, a Bloomberg publicou recentemente um trabalho onde explica que uma encomenda de fertilizante feita em fevereiro nos Estados Unidos, aguarda ainda por chegar à empresa que a encomendou. É que entre crises sanitárias e tufões, a falta de contentores vazios obrigou esta mercadoria, que normalmente chegaria aos Estados Unidos em semanas, a demorar mais de seis meses a chegar onde deve.
Porém, o problema ainda não termina aqui. É que depois de desembarcar, este fertilizante terá ainda de aguardar para chegar ao seu destino final, isto porque, fruto de sucessivos atrasos, ferrovia e portos estão a somar atrasos nas descargas, obrigando a uma gestão quase diária da situação.
Por outro lado, como lembrou recentemente o jornal Folha, os preços para o transporte de contentores continuam a subir de forma acelerada. Servindo-se de dados da Freightos, esta publicação lembra que levar um contentor da China para o Oeste dos Estados Unidos custa agora mais de 15 mil dólares (cerca de 13 mi euros), um aumento de cerca de 1000% relativamente aos preços praticados antes da pandemia.
Fonte: Logística & Transportes Hoje